YOU BELONG TO ME - Capítulo 4.

Quando cheguei ao portão de ferro, vi logo a Steph encostada ao muro do outro lado da rua. Estava com um sorriso de orelha a orelha, com os seus cabelos loiros encaracolados a chegarem a meio das costas, com a mala no ombro esquerdo e a bater o pé de impaciência. Mal me viu, atravessou a rua e veio ter comigo.

- Bom dia, Sam! Então, dorminhoca, dormiste bem? Estava difícil de saíres – e, dizendo isto, piscou-me o olho.

- A minha noite podia ter sido melhor, mas passou-se. Desculpa, mas não estou atrasada. Caso não tenhas reparado, faltam 5 minutos para as 8.00, o que significa que tu é que chegaste cedo de mais.

- Não interessa, deixaste-me à espera. Vá, vamos andando que ainda quero ir comer qualquer coisa – e lançou-me aquele sorriso contagiante que ocupava a cara dela a maioria dos dias.

Quando isso não acontecia, significava que algo não estava bem. Steph era, por norma, uma rapariga muito alegre e com uma atitude bastante positiva perante a vida. Gostava de aproveitar cada segundo que esta lhe oferecia, de desfrutar cada momento como se fosse o último e encarar as complicações que por vezes aparecem com um sorriso. Acho que essa era a verdadeira essência da Steph, a sua verdadeira força interior.

Fomos o caminho todo a tagarelar sobre tudo e sobre nada, a contar as novidades do fim-de-semana e a comentar o que se tinha passado na semana anterior. Eu e a Steph éramos da mesma turma desde a primária, crescemos juntas e éramos as melhores amigas que poderiam existir. Nunca nos zangámos e na nossa amizade não havia intrigas. Era algo simples e puro, bem ao estilo da Natureza. Sempre comparámos a nossa amizade à Natureza!

Quando chegámos à escola, fomos à cafetaria da escola, porque a Steph ainda insistia em dizer que queria comer qualquer coisa. Depois de ela pedir uma tosta mista enorme, fomos para a sala. Estava quase a tocar e íamos ter Matemática. À primeira hora da manhã. De uma segunda-feira. A sorte era que a Menina Collins era muito simpática e as aulas dela eram sempre 'mais leves'.

A campainha soou. Mal isso aconteceu, chegou a Menina Collins à sala.

- Olá, meninos, bom dia! Prontos para mais uma interminável aula de Matemática à primeira hora de uma segunda-feira? – e soltou um riso um tanto ou quanto misterioso.

Sentámo-nos e ela começou a aula. Não era uma das minhas aulas preferidas, mas passava-se bastante bem. Eu sentava-me com a Steph numa das últimas mesas ao fundo da sala. Era uma sala ampla, com quadro electrónico, mesas e cadeiras normais. Era no segundo andar e tinha vista para um lago que no Inverno era lindo, especialmente quando este se cobria de gelo. Um dos meus locais preferidos para meditar.

Passados noventa minutos, a campainha soou de novo: era o toque do intervalo. Logo se ouviu grande agitação, não só na minha sala, mas também nas que lhe eram contíguas. Era a grande alegria que os intervalos provocavam na minha escola.

Saímos todos porta fora com um: "Adeus, Menina Collins, até amanhã!".

Eu e a Steph dirigimo-nos para um banquinho, do outro lado da escola, onde gostávamos de estar nos intervalos, para descontrair. Gostávamos muito da nossa turma de Matemática, mas a maioria não frequentava a próxima aula que nós íamos ter juntas: Alemão. Embora fosse uma disciplina interessante, a maioria não a frequentava, pois era uma disciplina facultativa e, à primeira vista, era algo complicado de se aprender. Quando a campainha soou a assinalar o início da nossa próxima aula, fomos para a aula de Alemão, onde mal sabíamos que nos esperava uma surpresa.

To be continued...